Uma cruz


Esta manhã recebi a nova cruz da igreja do Convento onde vivo. Simples mas vigorosa. Não tem Cristo nem tem as marcas da paixão. A ideia é que pareça um corpo ressuscitado. De freixo, clara, com o sol que de manhã a abraça com os seus raios e que à tarde sobressai da parede de betão. Um tronco vertical, forte, largo, que lembra a divindade, o poder de Deus. O braço horizontal, fino, delicado e comprido lembra a humanidade. A de Cristo e a nossa.
Mas esta cruz não vale nada. Todas as cruzes nos levam para uma outra cruz; mais tosca, mais pesada, aquela em que Cristo morreu. Lembra ainda a minha, a tua cruz, a cruz que temos de carregar cada dia, tendo Cristo como exemplo e como ajuda.
A cruz cristã é uma cruz convertida. De sinal de vergonha tornou-se sinal de vitória. Hoje temo-las nos caminhos, nas igrejas, até ao pescoço as trazemos. Hoje em dia, cada vez mais, a Cruz torna-se um adorno ou uma peça de arte. Até nas igrejas.

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