O catolicismo





Não venho aqui falar do credo a que pertenço. Vim deixar o que Miguel Torga escreveu em Coimbra, no dia 8 de Maio de 1974:

"Sim, apesar da sedução que no meu espírito exercem outros credos, se tivesse de me converter, seria ao catolicismo. É, afinal, a única religião compatível com a minha natureza torrencial, terrosa, pecadora. Uma religião que sagra de tal modo o profano que nele se fazem agentes demiúrgicos a água, o azeite, o pão e o vinho. A água e o sal do baptismo, o azeite da unção, e o pão e o vinho da Eucaristia. A imanência e a transcendência tão medularmente conjugadas, que a realidade tangível se paradigmatiza no prodigioso mistério da encarnação e no escândalo bárbaro e sublime de um Deus consubstanciado a quem antropofagicamente o devoto devora a carne e bebe o sangue."

Às vezes quem vê de fora vê melhor e vê diferente dos que estão dentro e a quem tudo parece uma repetição aborrecida de gestos, rituais e fórmulas.

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