Crianças paranormais

Pelo do Natal deixo de comprar livros e cd's que me interessam, não vá alguém oferecer aquele livro ou aquele cd que "acabei de comprar". Raramente acontece,  porque não costumo manifestar-me no sentido de dizer o que quero no Natal. Lá em casa o critério das prendas era o que se precisava e não o que se queria. Por isso, muitas vezes não coincidiam, mas eram sempre boas prendas e boas surpresas.
Um dos livros que não comprei é um que está na moda com mais de 100.000 livros vendidos, sobre uma criança que parece ter estado no céu durante três minutos. Também ninguém mo ofereceu, mas emprestaram-mo nestes dias para ler.
O livro em questão "o céu existe mesmo" é uma história bonita de um miúdo que, enquanto estava a ser operado, esteve no colo de Jesus, conheceu pessoas no céu e, graças às orações do pai, que é pastor de uma igreja metodista, e da sua comunidade, Jesus não ficou lá com ele mas devolveu-o.
Não vou contar a história toda nem resumir o livro, mas somente dizer que se lê com gosto (li-o em duas noites, antes de dormir), e, de facto, se o miúdo não esteve no céu por lá perto andou (e teve mais sorte que os pastorinhos de Fátima que, pelas narrações da ir. Lúcia, viram o inferno!).
A mensagem é cristã, talvez com algumas descrições exageradas, próprias de crianças (o céu ter portas de ouro, haver animais por lá a passear, etc. etc.), mas lê-se bem e não acho nada ofensivo para a fé, tirando, como digo, as descrições demasiado "mundanas" como as que disse há pouco. Às tantas o céu parece uma grande quinta com a sala do trono e tudo.  Mas, a ser verdade, o miúdo é que sabe, uma vez que lá esteve e eu não.
Portanto, temos de deixar de usar aquele famoso pressuposto de que não sabemos como é que é o céu porque nunca ninguém de lá cá veio dizer-nos como é que é. E se pensam que este foi o único miúdo que esteve no céu, enganam-se. No livro faz-se referência a uma menina que também tem visões do céu. Por exemplo, este Jesus que está a ilustrar estas palavras, foi pintado por ela, aos oito anos!, e este menino confirma que este Jesus é o mesmo com quem esteve (ver em especial a cor dos olhos).
No final da leitura conclui-se que a oração, de facto, tem um poder extraordinário. No entanto, só confirma o óbvio: que o céu existe (nunca tive dúvidas), que Deus ouve as nossas orações (também não duvido) e que Deus abençoa os nossos bons projectos (idem, aspas, aspas). Que seja um miúdo a dizer-nos estas coisas todas, é uma bênção. Prefiro ler que os amigos de Jesus vão para junto dele do que ler que quem não se portar bem vai para o inferno.

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