Irmão e Sucessor de São Domingos

Estou a chegar de um encontro da Família Dominicana. Na paróquia de São Domingos reunimo-nos para uma tarde de encontro com aquele que, ao longo das apresentações, se ia dizendo que era "Irmão e Sucessor de São Domingos". O Mestre da Ordem, fr. Bruno Cadoré, esteve estes dias em Portugal, em conversas pessoais e comunitárias, encontros e celebrações, segundo ele para ver como vivem e pregam os Irmãos de Portugal e, pela nossa parte, para o escutar.
Esta tarde presenteou-nos com uma reflexão sobre Nova Evangelização. Falou da contemplação e da amizade. Fixei a ideia de que não dialogamos só com o mundo mas dialogamos no mundo.
Houve em seguida a Missa e depois um jantar com alguns representantes da Família Dominicana. No final do jantar o Mestre da Ordem pediu para falar. Agradeceu o jantar, o acolhimento, e terminou com este pedido: "Não procurem vocações porque vocês precisam de ser substituídos; procurem vocações porque o Evangelho de Deus precisa de ser anunciado".
Entendo estas palavras como o Sucessor de São Domingos. Que é um irmão, como São Domingos quis ser. Em Roma, numa conversa com um provincial que estava também lá, dizia-me ele: "O Mestre da Ordem é mais que um governante de uma organização. Vejo nele o Sucessor de São Domingos". Achei as palavras um bocado beatas mas hoje concordo com ele. É um frade que obedece aos irmãos, que ouve e fala, que gosta de passar despercebido... Ele, ao contrário de muitos frades e irmãs, não está preocupado com os números. Ou, se está preocupado com eles, não é por causa do futuro da Ordem mas pela urgência do anúncio do Evangelho. Pelo menos assim o vou entendendo. Amanhã vai embora. Dizia-me, numa conversa informal, entre outras coisas e enquanto esperávamos um encontro, que passa oito meses do ano em visitas canónicas. E que de Portugal vai a Roma, dois dias, para depois partir para a Hungria e Holanda. Fr. Bruno Cadoré cumpre bem o ditado de que os homens não se medem aos palmos.
Neste fim de dia dou graças a Deus por ser dominicano. Talvez eu não honre muito a Ordem, ficarei sempre a dever, mas saber-me filho de São Domingos e membro de uma Ordem onde o Evangelho da graça é anunciado honra-me muito e faz-me feliz.
 

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