O amor ao longo da vida

Último tema do CPM: O amor ao longo da vida. O casamento na Igreja não é um "contrato" por um determinado tempo podendo ou não ser renovado. Nas promessas que os noivos fazem, dizem querer amar e respeitar o outro todos os dias da sua vida (na versão anterior a esta dizia-se "até que a morte nos separe").
Uma relação é feita de novidade mas também de muitas rotinas. E as rotinas, por princípio, não são más. As rotinas serão sempre boas se nunca deixarem de ter sentido e, no casal, se não deixarem de ser gestos de amor.
Há duas dimensões da vida do casal que devem ser fortes ao longo dos dias e dos anos: a presença e o olhar. A presença porque me faz ver que o outro me é importante. Diferente de todos os amigos e de todos os colegas de trabalho, a pessoa com quem casei é a pessoa com quem quero e tenho de estar. A ele/ela, consagrei a minha dedicação. O olhar que significa estar atento. Assim como nós estamos atentos aos sintomas do nosso corpo, da mesma maneira é importante numa relação ter um olhar atento ao que se vai passando. Estar atento é mais que ter conhecimento das coisas ou "sei o que tu sabes". Esta presença e o olhar atento levam, necessariamente ao diálogo. É bom falar. Do trabalho, da família e do casal. Mal do casal que não fala de si próprio.
Ao longo da vida, com o amor vêm os filhos. Que, como já se disse, são importantes numa relação. Mas não se vive para os filhos. O casal tem de continuar a viver um para o outro e, a primeira prioridade desse amor são os filhos.
Perceber também que, ao longo da vida, a relação, o amor, vai conhecendo várias tonalidades. E várias estações. Assim como é normal que, ao longo do ano, tenhamos dias de sol e de chuva, de calor ou de frio, assim também na nossa vida. Mas ter a certeza que "a primavera vem depois do inverno".
O amor precisa ser celebrado. As datas existem para isso. Por isso, é importante não só não esquecer as datas importantes do casal/família, mas também de as preparar com aqueles pequenos gestos que mudam as rotinas e que acabam por lhe trazer novidade.
Finalmente, parar para avaliar. Se gostamos de parar diante de uma paisagem bonita, ou mais agreste, também deveríamos parar diante da nossa vida para a avaliarmos, sempre a pensar no amor que nos uniu.
Não se pode pensar uma vida sem problemas. Por vezes dizemos que a nossa vida não é um "mar de rosas". Todas as vidas são mares de rosas mas não esqueçamos, uma rosa só o é verdadeiramente com espinhos. que a tornam mais bela.
Termino, dedicando aos casais e aos noivos deste CPM de 2013, um poema de Sebastião da Gama, de que gosto particularmente e que dedicou, também ele, a um casal:
 
Nunca o Amor foi breve,
quando deu fruto.
(Cantai, aves do ar,
em volta de seu berço!)

Sagre-o a Dor, nenhum Amor é vão.
Exulta, voz das ondas!
- O seu Amor floriu, deu fruto,
como as árvores.

Cantai, aves do ar,
em volta do seu berço.
Cintilantes do Sol, saltai ao Sol,
peixes do Mar.

Nunca o Amor foi triste. Nem a Vida
foi menos bela.
Baila contente, lágrima!,
baila nos olhos dela.

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