Sábado de manhã

Sábado de manhã.
Feirão mergulhou no silêncio.
É dia de feira na Ouvida.
Quem pode e quer vai
Os outros por cá ficamos
Que fazer? É a vida.

A missa já se rezou.
Olá bom dia, adeus, até logo, se Deus quiser,
palavras trocadas no adro na igreja
não são precisas mais
se os dias correm iguais
e nós somos sempre os mesmos,
assim pensamos, engano redondo,
porque os mesmos é que nunca somos.

E, agora, só os pássaros andam na rua.
Pelo menos na minha, rua cimeira,
que neste caso é do jardim.
A vida da aldeia já não é por aqui tem vida,
noutros tempos sim.

Sábado de manhã.
As nuvens passam à frente do sol
E ele brinca ao esconde-aparece
jogo forçado
porque afinal não se mexe
e está a ser enganado.

Sábado de manhã,
dia de lazer.
Vejam bem que até eu,
por não ter que fazer,
me pus aqui a escrever,
para ter com que me entreter.
Coisas que sem pensar
e estando eu a brincar,
acabaram algumas por rimar.

(fotografia: flores pequenas que se encontram no meio da vegetação de Feirão)

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