... E ecónomo!

Creio ainda não ter deixado escrito que, uma das minha novas funções - já nem é assim tão nova, tem já dois meses mais ou menos, é a de ser ecónomo do Convento. Desde que entrei na Ordem que sempre tive muito receio e tentei evitar duas funções: a da formação dos mais novos e as economias. Contas, para mim, só as do Rosário.
O Capítulo Provincial, em Setembro passado, encarregou-me desta tarefa da formação. É muito de acompanhamento de algum candidato que se aproxime, rezar pelas vocações e, por minha iniciativa, comecei a fazer um boletim mensal de reflexão e oração pelas vocações. Estou já a preparar o nº 5, respeitante a Fevereiro.
A outra, a do ser ecónomo, consequência da saída do anterior ecónomo para outra comunidade, coube-me em sorte, talvez também por não haver muito por onde escolher. Como me diz um confrade: "o que é para ti os ratos não hão-de roer".
E cá estou eu, com a diversidade de coisas que já tinha, com mais estas duas acopladas, que muito trabalho e preocupação me dão.
Escrevo hoje sobre o ecónomo porque, uma das obrigações, é a de participar na reunião de ecónomos da Província. Duas vezes no ano, uma para aprovar orçamentos e outra para aprovar contas, lá o ecónomo vai a Fátima, também ele, prestar contas. Esta foi a primeira deste ano mas, para mim, a segunda.
Reuniões simpáticas, de grande acolhimento por parte da comunidade, lareira acesa, que é muito útil no inverno de Fátima, discutimos temas económicos, directos e derivados.
A de hoje foi curta; como o dinheiro é pouco, não há por onde demorar. Tudo claro e esclarecido, foram aprovadas.
Confesso que, no princípio, a coisa me meteu medo. Sobretudo a parte da contabilidade. "À fome não havemos de morrer", dizia eu. Mas pensava eu que ia perder noites de sono para acertar cêntimos, que não ia conseguir tratar das burocracias, que desta é que os cabelos brancos iriam começar a vier (e não é que começaram a vir?!), que ia "perder tempo" com moedas em vez de o perder com pessoas... medo de iniciante. As coisas começaram a fluir, recomecei a conduzir, com uma ajuda preciosa na contabilidade que me agilizou todos os programas de Excel para que agora a coisa seja praticamente automática... E o rio vai correndo com calma e vagar.
Um dos antigos ecónomos do Convento leu um livro "A espiritualidade do ecónomo". Parece que há e que é diferente da do gestor ou da do administrador. Tenho que a descobrir. Uma coisa é certa: contrariamente à maneira de pensar e de agir de alguns políticos e políticas, para mim as pessoas não são números nem estão ao mesmo nível deles, números. Que o ser humano domine o dinheiro para que o dinheiro não o venha a dominar.
(Quando vinha do Convento de Fátima para a estação de autocarros, encontrei esta "comunidade" de cogumelos. Pareceu-me o Sermão da Montanha: os discípulos em baixo a escutar o Mestre, no cimo da montanha)

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