Muitos assuntos, pouco tempo

Muitos assuntos deveria eu partilhar mas o pouco tempo e algum cansaço nem sempre permitem aqui vir deixar umas letras; faço-o hoje porque sim, acho que devo escrever algumas notas, como se fossem retalhos, não sobre os últimos dias mas o que mais os marcou, tendo sentido eu uma certa paternidade (até calha bem porque hoje é dia de São José e, por isso, dia do pai):
1. O livro. Finalmente nasceu o livro "Retalhos da vida de um padre". Vieram-mo entregar, como se tivesse acabado de sair da sala de partos: é bonito, é sim senhor, boa apresentação, nasceu perfeitinho, agora tenha sucesso. Começará a ser vendido no final do mês. A apresentação, dia três de Abril, aqui no convento. Ainda falta. Sinto-me mais pai que autor do livro. Sensação estranha.
2. Vigília de oração. Ontem presidi a uma vigília de oração, no Campo Grande. Grande foi a preparação, grande foi a envolvência, grandes serão os frutos. Entre simbologias e dinâmicas, palavra de Deus e cânticos, foi um tempo de interioridade e de fé. Antes da Vigília, uma senhora foi à Sacristia oferecer-me uma cruz. Feita de mãos, como se vê na fotografia. Chama-se Cruz da Amizade. O cartão que a acompanha diz assim: Por um mundo que sente cada vez mais o desejo da fraternidade e de da compreensão para ser mais unido, como um arco-íris de cores. Ofereceu-ma, a senhora porque sim, porque se lembrou de mim, porque reza por mim, porque gosta de mim... motivos não faltam. Agradeço-lhe. Como é feita de mãos, que a sua mão espiritual - entenda-se oração - seja a de um Cireneu ou de uma Verónica, ajudando-me a levar a cruz que tenho. Já no final da vigília, uma das dinâmicas, já recorrente mas que gosto, é retirar uma tira de papel com  uma frase bíblica. Desta vez calhou-me esta: "O Senhor te guiará constantemente, saciará a tua alma no árido deserto, dará vigor aos teus ossos. Serás como um jardim bem irrigado, como uma fonte de águas inesgotáveis". Bela passagem, confiante e confortante.

3. Celebrações da Palavra. Amanhã terminam quatro semanas de Celebrações da Palavra nos Maristas. Estas duas últimas, com os alunos do secundário, agradavelmente surpreendido, tenho dito eu a eles e aos professores, com o empenho na preparação e na celebração. Para se ter uma ideia, a de hoje, de uma turma do 12º ano, escolheram como tema "Memórias". Celebração bem organizada, com emoção até, desde a escolha de cânticos e passagens da Bíblia, passando pelos textos que preenchiam alguns temas da celebração. Agradavelmente surpreendido, disse eu e repito. Rapazes e raparigas cheios de espiritualidade e interioridade. Disse-lhes que me sentia um pai espiritual: foi a eles a quem, pela primeira vez, há nove anos, dei a Primeira Comunhão e agora, mais crescidos e adultos, davam um certo orgulho pelo que lhes ouvíamos dizer. Que Deus os acompanhe e que eles se deixem acompanhar por Deus. Contas feitas: 35 celebrações da Palavra, todas presididas por mim excepto 7, que um irmão do Convento assegurou.

4. Dia de São José. Há um ano que tenho ido como voluntário à Ajuda de Berço. No sábado passado, houve aqui no convento uma missa comemorativa do 16º aniversário da sua fundação. Pediram-me que fosse assistente da Ajuda de Berço, outra coisa não tenho feito senão assistir, estar presente. Aceitei. No final do encontro, muito emocionante, em que a alegria das crianças se juntou a algumas lágrimas de emoção dos adultos (já repararam que as crianças nunca choram de emoção? Riem sempre!), a direcção ofereceu-me um São José. Lá está ele, a olhar para o seu filho, a quem dá a mão. Hoje, de lá, enviaram-me esta mensagem: Bom dia! Feliz dia do pai também para si, que tem sido pai de tantos no coração. E pensei: Pai como São José. Com barba e tudo!
A partir de hoje a Ajuda de Berço passa a ter uma etiqueta no blogue. O que ficou para trás, para trás ficou, começa hoje a contagem.

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