Mulher bíblica


"Uma mulher de valor, quem a poderá encontrar? O seu preço é muito superior ao das pérolas. O coração do marido nela confia e jamais lhe falta coisa alguma. Ela proporciona-lhe o bem e nunca o mal, em todos os dias da sua vida. Ela procura lã e linho e trabalha de boa vontade com as suas mãos. É semelhante ao navio do mercador, que traz os seus víveres de longe. Levanta-se, ainda de noite, distribui o alimento pelos da sua casa e as tarefas pelas suas servas. Ela pensa num campo e adquire-o, planta uma vinha com o ganho das suas mãos. Cinge fortemente os seus rins, e os seus braços têm sempre força. Ela sente que o seu negócio pros­pera, a sua lâmpada não se apaga du­rante a noite. A sua mão pega na roca, e os seus dedos fazem girar o fuso. Estende os braços ao infeliz, e abre a mão ao indigente. Não teme a neve para os seus familiares, porque todos eles têm roupa a dobrar.
Faz para si belas cobertas, e os seus vestidos são de linho e púrpura. Seu marido é considerado nas por­tas da cidade, quando toma assento com os anciãos da terra. Fabrica roupa de linho e vende-a, e fornece cintos ao mercador. Fortaleza e graça são os seus adornos; sorri perante o dia de amanhã. Abre a boca com sabedoria, tem na língua instruções de bondade. Vigia o andamento da casa e não come o pão da ociosidade. Os filhos levantam-se a felicitá-la, e o marido ergue-se para a elogiar."
No livro dos Provérbios (31, 10-31) encontramos este texto, que faz um elogio á mulher exemplar. Até é uma das indicadas para os casamentos mas raramente escolhida porque, para alguns noivos, parece querer passar uma mensagem de submissão da mulher ao homem. Não sei se será bem assim mas, a verdade é que o texto, mesmo que não esteja atual, não deixa de ter o seu valor e a sua verdade.
Mas a verdade é que há de tudo, tanto nas mulheres como nos homens. Mas ontem, porque passei o dia na casa de uns amigos que ainda são meus primos, esta passagem vem-me muito à cabeça porque a dona de casa era como esta mulher que a Bíblia extalta. Para resumir, ontem foi dia de fazer bolas e broas, à moda antiga, desde o peneirar a farinha até ao sentar para comer o pão cozido, acabado de sair do forno. Dia que ficará na memória, porque tudo foi feito com alegria, amor e carinho, os ingredientes indispensáveis para que as coisas corram bem. Aqui deixo as fotografias de alguns passos da cozedura do pão.
Peneirar a farinha
 Depois da mistura das farinhas (trigo e milho), junta-se a água, o fermento e o sal
Depois de amassar bem a massa "o pão amassa-se com o suor do rosto", faz-se uma cruz sobre ele e deixa-se a fintar.
Enquanto o pão finta não se perde tempo: acende-se o forno e prepara-se a carne e as petingas para rechear as bolas
Forno bem quente, com as paredes brancas, é tenpo de tender o pão, recheá-lo e por no forno
Forno cheio é tempo de rezar para que o pão corra bem e pelas benditas almas do purgatório, para que Deus Nosso Senhor as alivie das suas penas... Pai-nosso...
Passado o tempo devido, aqui está a bola de carne, com cor e sabor.
 As de sardinha (petinga) também não ficaram atrás na cor e no sabor

 E, agora, termino elogiando a D. Olinda, com os versículos finais da citação que fiz no início, como o bem-haja pelo acolhimento: "Muitas mulheres tiveram valor, mas tu excede-las a todas. A graça é enganadora e a beleza é vã: a mulher que teme o Senhor, essa será louvada. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e que as suas obras a louvem às portas da cidade".

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