Recuperar a identidade

Semana calma, de trabalho, descanso, leitura e oração. Sozinho consegue-se, com mais gente, muitas vezes tem que se deixar aconselhar pelo Senhor, que nos diz para entrarmos no nosso quarto ou, então, imitá-lo, indo para um lugar ermo. Hoje, mesmo sozinho, fui rezar vésperas e o terço ao Fojo, capela que tanto me diz.
Mas, esta semana, graças a Deus, tem sido de descanso, apesar do trabalho. Acabei hoje de traduzir o Ritual das Profissões, agora é fazer a revisão e, depois, pedir a correcção.
Trouxe, para leitura, dois livros que marcam a actualidade da Igreja: a encíclica do Papa sobre o cuidado da casa comum e o livro do Cardeal Kasper sobre a misericórdia. O primeiro está perto da varanda, o outro na mesa-de-cabeceira.
Já tinha começado a ler encíclica nos dias em que estive de “retiro”. Agora peguei nela, no número que tinha deixado. E, na varanda, diante do Penedo Gordo, sentindo a brisa da tarde, o cantar dos pássaros e as campainhas das vacas, leio o número 84, que diz assim:
Todo o universo material é uma linguagem do amor de Deus, do seu carinho sem medida por nós. O solo, a água, as montanhas: tudo é carícia de Deus. A história da própria amizade com Deus desenrola-se sempre num espaço geográfico que se torna um sinal muito pessoal, e cada um de nós guarda na memória lugares cuja lembrança nos faz muito bem. Quem cresceu no meio de montes, quem na infância se sentava junto do riacho a beber, ou quem jogava numa praça do seu bairro, quando volta a esses lugares sente-se chamado a recuperar a sua própria identidade.
Sinto-me em sintonia com o que o Papa escreve: estou de férias, em Feirão, a recuperar a identidade.
(fotografia: molhos de espigas de trigo, acabadas de segar para depois serem malhadas)

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