São José do Calumbo

Ontem à tarde, depois do almoço, juntamente com um frei e três postulantes, fomos a um santuário perto de Luanda, a São José do Calumbo. Não é que seja dos mais conhecidos - aqui a grande referência é a Muxima - mas um dos noviços que é de lá perto, ao saber da minha vinda a Angola ia sempre dizendo: frei, não pode não ir. E lá fomos. O frei que nos ia levar tem a carta há pouco tempo, ainda andou um ou dois quilómetros, quando o postulante que sabia o caminho para lá nos disse: temos de ir mais depressa senão não chegamos lá. E foi a vez de fazer a animada experiência de conduzir em Angola! Só há, praticamente duas regras: cuidado com os buracos e cuidado com os taxis. De resto, vale tudo. Lá fizemos os vinte e tal quilómetros, sem grandes engarrafamentos e chegámos ao local... bem, perto do local. O carro tivemos de o deixar à entrada do mercado e fazer a última parte a pé.
O Calumbo já é uma zona mais pobre e mais rural: vacas, porcos, galinhas, tudo solto a comer o que houver e onde houver. Vamos avançando e vemos um pescador, meio enterrado no rio, a colocar umas redes para apanhar peixe. Mais à frente uma senhora a secar peixe e vendê-lo. Até que chegamos a um grande embondeiro e, lá em cima a pequena igreja de São José do Calumbo. A entrada está enfeitada - é porta santa jubilar - vemos pessoas a rezar mas também algumas deitadas na igreja a dormir, apesar do aviso de que é proibido dormir na igreja.
Da igreja há um caminho que leva à gruta de São José. Durante esse caminho, à sombra das árvores, continuamos a ver mulheres deitadas a descansar do calor.
Feita a visita, regresso à nova comunidade onde vou ficar até sexta-feira: Santo Alberto Magno. Fica no quilometro 12, distância a partir de Luanda, mas aqui já muda tudo: população mais pobre, mesmo aqui em casa, não há luz elétrica, é por gerador, e a gasolina encareceu muito aqui. Portanto, energia racionada.
É uma grande lição para quem vive na Europa, com tantas regalias, muitas vezes sem nos darmos conta delas.

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