A minha água

Em Cotelo vou frequentemente a casa de uns amigos que ainda são família. Têm uma casa já um pouco afastada do resto da aldeia, junto a uma terra que em heranças ficou para o meu pai e, com a sua morte, para mim e para o meu irmão. É uma grande lameira, que é dividida com um tio meu, por ser grande e boa não podia ficar só para um. Estes meus amigos têm uma fonte, que nasce entre pedras num subterrâneo e depois é canalizada para uma saída, ainda debaixo de terra. A fotografia dá para perceber a saída. De vez em quando vou lá buscar água por ser natural, fresca e saborosa. No sábado lá fui eu à fonte e o dono da casa disse-me de cima: Ó senhor padre Filipe, olhe que a água ainda é sua. Pode beber à vontade. Estava a meter-se comigo, obviamente, mas achei graça. E continuou: esta água pertencia ao seu avô e ao meu pai e era dividida aos dias. Os três primeiros era para o meu pai e os outros três para o seu avô. E ao domingo alternada.
Que contente fiquei. Afinal tenho água! E da boa. Pena tenho eu de a beber tão poucas vezes.

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